quinta-feira, 28 de abril de 2016

Porque amor de verdade vai muito além de declarações desesperadas nas redes sociais

Quando alguém diz que procura um amor para chamar de seu, confesso que fico perguntando-me o que essa pessoa espera realmente do amor.

Quando alguém diz que procura um amor para chamar de seu, confesso que fico perguntando-me o que essa pessoa espera realmente do amor.

Em tempos em que existe um certo cepticismo generalizado sobre tudo (religião, grandes corporações, governo, gerações antigas, imprensa) parece que estamos sem grandes referências nas quais apoiar as nossas crenças e convicções. O amor parece estar a tornar-se um lugar de epifanias emocionais.

No amor as pessoas parecem procuram um certo sentido de vida, como se a pessoa amada fosse, por msgia, trazer o consolo e o sentimento de protecção que nos impeça de apreciar o frio na barriga de não saber o próximo passo. Elas encolhem-se nos braços da pessoa amada para afugentar tudo o que parece ambíguo, caótico e temeroso no facto de existir.

O amor vira a sua religião individual e a pessoa amada seu Deus omnipotente, omnisciente e omnipresente. Mas como no campo religioso o fanatismo romântico da actualidade tornou-se algo perigoso! Basta ver a quantidade de pessoas que se atiram cegamente em relacionamentos confusos, perturbadores, precários e colocam a pessoa amada num status que nenhum ser humano deveria estar.

Enquanto espécie nós somos perecíveis, falíveis e em grande medida desencontrados. Como esperar perfeição de pessoas incompletas e que também tacteiam no escuro?

O resultado é uma enxurrada de começos e rompimentos relâmpagos de casais totalmente despreparados para viverem uma vida de qualidade entre quatro paredes. Pessoas que mal se suportam sozinhas querendo viver desesperadamente um amor de cinema acabam precipitando.-se em promessas de amor eterno que duram até o primeiro desencontro de gostos pessoais.

O que se espera do amor é demasiado, ele não é uma fórmula pronta em que basta misturar duas pessoas bem intencionadas para dar certo.

O amor tem algo de experimental como uma massa de modelar sempre em aberto a ser construído sem garantia de resultado. Nesse laboratório inexplicável o sabor vai se transformando ao longo do tempo na medida que novos ingredientes surgem, sempre com o risco de desandar.

O amor também é uma acção e não apenas um sentimento de bem querer, o que quer dizer que precisa de logística, mão na massa, empenho, desgaste e algum sacrifício na agenda, no bolso e do sono.

Poucas pessoas realmente estão dispostas a abrir mão do seu conforto mimado para empreender uma empresa sem retorno garantido, ou seja, querem fazer saques emocionais altíssimos, sem risco de dor e oferecendo muito pouco em troca.

Do amor se espera coisas sobre-humanas e do que é deliciosamente humano busca-se pouco: a ternura de momentos anónimos, os ajustes e complementos do quotidiano, aquele agrado em forma de palavra, beijo ou silêncio. A vivacidade serena do amor é preterida em favor de grandes emoções que surgem às custas de brigas, idas e vindas e declarações desesperadas nas redes sociais.

Se é esse tipo de amor que as pessoas esperam, inevitavelmente irá fracassar, mas se é de brilho nos olhos e vulnerabilidade humana que falamos, então existe muito amor precioso pela frente à espera dos verdadeiros corajosos.



fonte: www.sabiaspalavras.com

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Antes só

Primeiro fique sozinho.
Primeiro comece a se divertir sozinho.
Primeiro amar a si mesmo.
Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem -
Você não está em falta.
Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta.
Você está em casa.
Se alguém vier, bom, belo.
Se ninguém vier, também é bom e belo
Em seguida, você pode passar para um relacionamento.
Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.
Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.
E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraídos para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram - mestres do seu ser, de sua solidão -felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada.
Torna-se uma tremendo fenômeno de celebração.
E eles não exploram um ao outro, eles compartilham.
Eles não utilizam o outro.
Em vez disso, pelo contrário,
ambos tornam-se UM e
desfrutam da existência que os rodeia.

Osho


fonte: Karmo Cogitare

A Mentira Que Vivemos | Mensagem para a Humanidade

Agora você poderia estar em qualquer lugar, fazendo qualquer coisa.
Em vez disso está sentado sozinho diante de uma tela.
Então o que está nos impedindo de fazer o que queremos, estar onde queremos estar?
Cada dia acordamos no mesmo quarto e seguimos o mesmo caminho, para viver o mesmo dia que vivemos ontem.
No entanto, ao mesmo tempo, cada dia era uma nova aventura.
Com o passar do tempo, alguma coisa mudou.
Antes nossos dias eram atemporais, agora nossos dias são programados.
É isso que significa ser evoluídos?
Ser livre?
Mas nós somos verdadeiramente livre?


Por anos nós sentamos e regurgitamos o que nos dizem.
Testados e classificados como sujeitos em um laboratório.
Não para fazer a diferença neste mundo. Mas para não ser diferentes.
Inteligentes o suficiente para nosso trabalho, mas não para questionarmos porque fazemos.
Então nós trabalhamos, e o trabalho nos deixa sem tempo para gozar a vida para qual trabalhamos.
Até que chega o dia que estamos muito velhos para trabalhar.
É aqui que somos deixados para morrer.
-
O dinheiro é simplesmente a ferramenta que eles usam para nos controlar.
Pedaços de papel sem qualquer valor, que dependemos para nos alimentar, nos mover, nos entreter.
Eles nos deram o dinheiro e em troca demos a eles o mundo.
Onde havia árvores que limpavam o nosso ar, agora há fábricas que o envenena.
Onde havia água para beber, há lixo tóxico que fede.
Onde os animais corriam livres, estão fazendas industriais onde eles são nascidos e abatidos interminavelmente para a nossa satisfação.
Mais de um bilhão de pessoas estão morrendo de fome apesar de existir comida suficiente para todos.
Para onde vai tudo isso?
70% dos grãos que colhemos é alimento para engordar os animais que você como no jantar.
Por que ajudar a famintos? Você não pode lucrar com eles.
Somos como uma praga varrendo a Terra, despedaçando o próprio ambiente que nos permite viver.
Vemos tudo como algo a ser vendida, como um objeto a ser possuído.
Mas o que acontecerá quando tivermos poluído o último rio?
Envenenado a última brisa de ar?
-
ACORDEM! Somos mais do que nos fizeram crer. Vivemos em um planeta paraíso e ainda temos uma chace para criarmos um mundo verdadeiramente justo, solidário e em harmonia com a vida. A responsabilidade é de todos nós!

fonte: rcitv.com.br

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A vida seria mais simples se as pessoas não vomitassem felicidade falsa

A vida seria mais simples se as pessoas fossem mais elas mesmas. Se elas olhassem nos olhos dos outros e falassem sobre seus problemas, seus medos. A vida seria mais simples se a gente não precisasse provar que é bem-sucedido o tempo todo. Seria mais simples se a gente pudesse gostar das pessoas independentemente da vida que elas levam. Se a gente pudesse dizer sem constrangimento algum que está se sentindo um monte de merda e que a vida pode ser bem complicada sim. Talvez, se admitíssemos mais o caos que é viver, não sofreríamos tanto. Talvez, se desfocássemos mais daquilo que dizem que é importante , mas que não faz sentido para nós, fôssemos mais bem sucedidos num sentido mais amplo.

Sim, a vida seria bem mais simples e espontânea se as pessoas não vomitassem felicidade falsa nem tentassem o tempo todo provar um equilíbrio que elas não têm. Ninguém acorda super bem todos os dias. Ninguém se sente disposto para uma cerveja depois do expediente todos os dias. Ás vezes a gente fica mal mesmo, lembra de um monte de fatos trash e quer chorar na cama que é lugar quente. Ás vezes as coisas não parecem fazer muito sentido e a gente quer ficar fechadinho dentro da gente mesmo.

A gente não é obrigado a ficar feliz e comemorar porque é Natal, réveillon ou dia dos namorados.

A gente não precisa necessariamente sorrir e querer curtir porque faz sol, porque a gente está na praia ou porque disseram que a vida é simples e é o ser humano que complica.

A gente não precisa rejeitar a tristeza como se fosse uma doença pestilenta. Ela faz parte da vida como a alegria. Só precisamos tomar cuidado para não transformá-la em um hábito ou nos esconder atrás dela por medo de ser feliz ou ainda dar importância demais a problemas e principalmente à pessoas pequenas. Este é um exercício e tanto que pode levar anos ou a vida inteira. Mas me parece que vale a pena.

A vida seria mais simples se as pessoas fossem mais elas mesmas. Se elas olhassem nos olhos dos outros e falassem sobre seus problemas, seus medos. A vida seria mais simples se a gente não precisasse provar que é bem-sucedido o tempo todo. Seria mais simples se a gente pudesse gostar das pessoas independentemente da vida que elas levam. Se a gente pudesse dizer sem constrangimento algum que está se sentindo um monte de merda e que a vida pode ser bem complicada sim. Talvez, se admitíssemos mais o caos que é viver, não sofreríamos tanto. Talvez, se desfocássemos mais daquilo que dizem que é importante , mas que não faz sentido para nós, fôssemos mais bem sucedidos num sentido mais amplo.

Talvez se mostrássemos mais os nossos rostos demaquilados e nossas almas nuas, se não nos defendêssemos tanto uns dos outros, se não nos importássemos tanto em mostrar que somos melhores do que os outros, pudéssemos ser mais unidos, mais solidários, mais amados, mais amantes.

Se a gente entendesse que todo mundo está no mesmo barco...Rogo pelo dia em que as mulheres casadas se assumam sozinhas e mal amadas. Rogo pelo dia em que as mulheres solteiras confessem que uma companhia faz falta sim e que fazer tudo sozinha pode ser muito triste. Rogo pelo dia em que os homens tanto casados como solteiros afirmem com todas as letras que morrem de medo das mulheres e que nunca deixam de ser meninões. Rogo pelo dia em que as mães gritem desesperadas o quanto estão cansadas e as que não têm filhos lamentem esta lacuna em suas vidas. Que os crentes reclamem dos grilhões da fé e que os ateus lamentem não crer. Que todos se assumam meio perdidos, meio sozinhos nesta vida louca. Rogo para que as pessoas assumam como o passado é doloroso e o futuro incerto. E depois de tantas confissões acaloradas, que elas possam respirar fundo, sorrir umas para as outra e seguir em frente cheias de coragem. Que depois de tudo, a gente pudesse cantar juntos I will survive e nos sentir intimamente ligados ao outro por meio da nossa vulnerabilidade, por meio da nossa capacidade irrestrita e desgovernada de dar e receber amor.

fonte: publicado em recortes por Sílvia Marques

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O poder do "eu te amo"

"Tuas filhas te acham bonita?", a Anita perguntou pra uma amiga nossa. A Anita tem esse dom de fazer perguntas constrangedoras e aguarda a resposta sem esboçar nenhuma vergonha, enquanto eu enrubesço. "Não, eu acho que elas não me acham muito bonita, não". Nossa amiga estava em um dia de autoestima lá embaixo. A Anita, sem notar nenhum problema no diálogo, emendou: "Mas tu fazia carinho nelas? Tu fala que ama elas? Porque isso faz toda a diferença pra te acharem bonita". Não sei onde ela aprendeu isso, mas faz todo sentido. O "eu te amo" tem poder.

O "eu te amo" muda vidas. O "eu te amo" causa explosões e pernas bambas. Um "eu te amo" não dito pode ser a vida que podia ter sido e não foi. O "eu te amo" muda histórias, deixa pessoas mais confiantes, massageia o espírito. Casais ficarão juntos, filhos se sentirão confortáveis. Pais ouvirão "eu também te amo". Às vezes, digo "eu te amo" só pra receber um de volta. O "eu te amo" melhorou minha relação com a minha mãe. Às vezes, insisto em dizer, mesmo que esteja meio cansado das ligações dela no meu telefone fixo. Telefone fixo só serve pra ligação de mãe e telemarketing.

Há quem se assuste e saia correndo. Há quem tenha medo do "eu te amo". Não sei o que pensam estes, se não acham que merecem, se não querem se envolver com essas profundidades emocionais. Mas eu sou fã do "eu te amo". Digo o tempo todo, pra minha mulher, mãe, filhas. Digo mesmo quando não estou lá, explodindo de amor. Digo pra reforçar pra mim mesmo. Digo pra quem não tem muito acesso a "eu te amo". Uma espécie de distribuição de renda, uma bolsa eu te amo. Certa vez, disse até pra um garçom que era realmente muito competente na arte de tirar e servir chopes gelados. "Eu te amo, bicho". Ele achou estranho, mas agradeceu.

Lembro quando falei "eu te amo" pela primeira vez pra minha madrinha. Ela ficou muito emocionada. Agora, fala "eu te amo" sempre que conversamos. Lembro quando minha filha disse "eu te amo" pela primeira vez pro meu sogro. Avesso a sentimentalismos, o velho começou a chorar. Disse que deveria ter dito mais isso aos filhos. Mas achou que já era muito tarde pra começar e ele não quis passar a distribuir "eu te amo", assim, sem mais nem menos. Acho que ele tentava, mas ficava constrangido.

O "eu te amo" constrange. O "eu te amo" liberta.

Nunca é tarde pra começar a praticar.

fonte: Facebook do Marcos Piangers

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Solidão, uma nova epidemia

Uma em cada três pessoas sente-se sozinha na sociedade da hiperconexão e das redes sociais


Qualquer um pode sofrer com solidão crônica: uma criança de 12 anos que muda de escola; um jovem que depois de crescer em uma pequena comunidade sente-se perdido em uma grande cidade; uma executiva que está ocupada demais com sua carreira para manter boas relações com seus familiares e amigos; um idoso que sobreviveu a sua parceira e cuja saúde fraca dificulta fazer visitas. A generalização do sentimento de solidão é surpreendente. Vários estudos internacionais indicam que mais de uma em cada três pessoas nos países ocidentais sente-se sozinha habitualmente ou com frequência. Um estudo de 10 anos que iniciamos em 2002 em uma grande área metropolitana indica que, na verdade, essa proporção aproxima-se mais de uma em cada quatro pessoas em alguns locais, uma taxa que segue sendo muito alta.

A maioria dessas pessoas talvez não seja solitária por natureza, mas sente-se socialmente isolada, embora esteja rodeada de gente. O sentimento de solidão, no começo, faz com que a pessoa tente estabelecer relações com outras, mas, com o tempo, a solidão pode acabar em reclusão, porque parece uma alternativa melhor que a dor, a rejeição, a traição ou a vergonha. Quando a solidão se torna crônica, as pessoas tendem a se resignar. Podem ter família, amigos ou um grande círculo de seguidores nas redes sociais, mas não se sentem verdadeiramente em sintonia com ninguém.
Uma pessoa que se sente sozinha geralmente está mais angustiada, deprimida e hostil, e tem menos probabilidades de realizar atividades físicas. Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso. Os testes biológicos realizados mostram que a solidão tem várias consequências físicas: elevam-se os níveis de cortisol – o hormônio do estresse –, a resistência à circulação de sangue aumenta e certos aspectos da imunidade diminuem. E os efeitos prejudiciais da solidão não terminam quando se apaga a luz: a solidão é uma doença que não descansa, que aumenta a frequência dos pequenos despertares durante o sono, e faz com que a pessoa acorde esgotada.
O motivo é que, quando o cérebro entende o seu entorno social como algo hostil e pouco seguro, permanece constantemente em alerta. E as respostas do cérebro solitário podem funcionar para a sobrevivência imediata. Mas, na sociedade contemporânea, em longo prazo, cobra um preço da saúde. Quando nossos motores estão constantemente acelerados, deixamos nosso corpo exausto, reduzimos nossa proteção contra os vírus e inflamações e aumentamos o risco e a gravidade de infecções virais e de muitas outras doenças crônicas.
Quando uma pessoa está triste e irritada, talvez esteja pedindo que alguém a ajude

Uma análise recente – de 70 estudos combinados, com mais de três milhões de participantes – demonstra que a solidão aumenta o risco de morte em 26%, aproximadamente o mesmo que a obesidade. O fato de que mais de uma em cada quatro pessoas em países industrializados pode estar vivendo na solidão, com consequências certamente devastadoras para a saúde, deveria nos preocupar.
Em nossas investigações, também observamos que cada medida positiva para melhorar a qualidade das relações sociais melhora a pressão arterial, os níveis de hormônios do estresse, os padrões de sono, as funções cognitivas e o bem-estar geral.
Com frequência, as pessoas solitárias não estão conscientes de muitas das coisas que estão acontecendo: não percebem. Por exemplo, a hipervigilância é aguçada de forma implícita em busca de ameaças sociais e a capacidade de controlar os impulsos é reduzida. Mas, assim como acontece com a dor física que nos informa de uma possível lesão em nosso corpo, o sentimento de solidão nos indica a necessidade de proteger ou consertar nosso corpo social.


Solidão, uma nova epidemia

Os familiares e amigos geralmente são os primeiros a detectarem os sintomas de solidão crônica. Quando uma pessoa está triste e irritável, talvez esteja pedindo, em silêncio, que alguém a ajude e se conecte com ela. A paciência, a empatia, o apoio de amigos e familiares, compartilhar bons momentos com eles, tudo isso pode fazer com que seja mais fácil recuperar a confiança e os vínculos e, por fim, reduzir a solidão crônica.
Infelizmente, para muitos, falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada. No entanto, dadas sua frequência e suas repercussões na saúde, teria que ser reconhecida como um problema de saúde pública. Deveria receber mais atenção nas escolas, nos sistemas de saúde, nas faculdades de medicina e em asilos para garantir que os professores, os profissionais de saúde, os trabalhadores de creches e de abrigos de terceira idade saibam identificá-la e abordá-la.
As redes sociais podem abrir novas vias para conectar-se com os demais? Depende de como forem utilizadas. Quando as pessoas usam as redes para enriquecer as interações pessoais, isso pode ajudar a diminuir a solidão. Mas, quando servem de substitutas de uma autêntica relação humana, causam o resultado inverso. Imagine um carro. Se uma pessoa o conduz para compartilhar um passeio agradável com seus amigos, certamente se sentirá menos sozinha; se dirige sozinho para cumprimentá-los de longe e ver como os demais estão se divertindo, sua solidão certamente seguirá igual ou até mesmo pior.
Falar com franqueza sobre a solidão continua sendo difícil, mas é um problema de saúde pública

Infelizmente, muitas pessoas solitárias tendem a considerar as redes sociaiscomo um refúgio relativamente seguro para se relacionar com os outros. Como é difícil julgar se as outras pessoas são dignas de confiança no ciberespaço, a relação é superficial. Além disso, uma conexão pela internet não substitui uma real. Quando uma criança cai e machuca o joelho, uma mensagem compreensiva ou uma chamada pelo Skype não substitui o abraço de consolo dos seus pais.
Atualmente, vários países, particularmente a Dinamarca e o Reino Unida, criaram programas nacionais de conscientização do público sobre a solidão crônica, para difundir um melhor conhecimento de suas consequências catastróficas e para melhorar as intervenções, as políticas para abordar esse problema e financiá-las.
John T. Cacioppo, autor de Loneliness (WW Norton), é professor catedrático de psicologia e dirige o centro de neurociência cognitiva e social na Universidade de Chicago. Stephanie Cacioppo é professora de psiquiatria e neurociência no mesmo local.


fonte: El País

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Se alguém não deu valor a você, não mendigue nem atenção nem amor

Devemos entender que a única pessoa imprescindível para a nossa felicidade somos nós mesmos. Se temos amor próprio e nos respeitamos, será mais difícil que os outros possam nos fazer mal.

Nunca perca o seu valor por uma pessoa que não sabe o que tem. Se alguém não der importância a você, se o ignorar, o abandonar ou desprezar você, não mendigue a sua atenção ou o seu amor, pois este nunca terá nada de real ou sincero.

Não morda mais a maçã envenenada do amor diferente, pois ela somente fará você sofrer. Se você “pede demais” é porque sabe que o que deseja tem um peso importante em sua vida e que é você quem deve outorgar primeiros seus pensamentos, opiniões, desejos e comportamentos.,

Devemos nos esforçar para tomar distância emocional daquelas pessoas que colocam em xeque o equilíbrio da balança afetiva de que todos precisamos, ao mesmo tempo em que cimentam na desigualdade emocional as relações que compartilhamos com eles.

Compartilhe com você seus desejos mais íntimos, escute-se com a vontade de amar-se e de aceitar-se, pois apenas isso lhe ajudará a se libertar de falsos amores.


O amor não se mendiga e a indiferença mata o carinho

Mendigar amor significa pedir algo que não existe, que somente está nos desejos de nossa mente. A única coisa que conseguiremos “mendigando” é faltar ao respeito com nós mesmos, entorpecer nosso crescimento emocional e machucar o nosso eu interior com a dor que a falta de dignidade fomenta.

Quando amamos alguém queremos cuidar desta pessoa e evitar que ela sofra. Nosso reflexo emocional nos leva a criar circunstâncias que façam com que o outro se sinta merecedor de carinho, que fomentem emoções e sentimentos de harmonia, autenticidade e carinho.

Se não nos cuidarmos dos falsos amores, acabaremos acreditando no que eles nos fazem sentir. Acabaremos pensando que não merecemos afeto ou atenção, e terminaremos convencidos de que as relações emocionais não precisam ser equilibradas.

Ao final, é simples: a pessoa que o merece é aquela que, tendo a liberdade de escolher, se aproxima de você, o aprecia e dedica a você seu tempo e seus pensamentos.


Ninguém pode fazê-lo infeliz sem o seu consentimento

A ferramenta mais poderosa para lutar contra a injustiça emocional e a indiferença é a determinação pessoal. Ela deve ser acompanhada de amor próprio, de autoconhecimento e de reflexões sobre os sentimentos, desejos e comportamentos próprios e alheios.

No entanto, o processo no qual nos vemos imersos nestas circunstâncias reflete a falta de dignidade. Essa que nos faz falta para não perseguirmos aqueles que não nos merecem.

Neste sentido, devemos saber que costumamos usar estratégias erradas para lidar com o luto pelo “não amor”. Vejamos algumas situações comuns:


  • O luto pelo “não amor” é um processo muito duro que se alimenta de uma dolorosa fase de pré-contemplação. Geralmente sabemos que “algo não está bem”, mas não nos atrevemos a descrever com palavras ou a tirar a venda de nossos olhos.
  • Deixamos que o mal-estar passe, mantendo a crença de que não pensar nele e o fato de nos distrairmos irá permitir que o problema se resolva de uma maneira natural.
  • Quando nos resignamos ao mal-estar, chega um momento em que este aumenta a níveis insuportáveis e temos que enfrentá-lo quando o mesmo já transbordou. No entanto, o que acontece quando lutamos contra nossos próprios sentimentos? A luta se transforma em uma batalha sem fim, cheia de desespero, o qual irá fomentar o sofrimento.
  • Também é comum ouvir aquilo de “abraçar a dor”, mas não é positivo nem ignorá-la e nem abraçá-la.


O que é realmente adequado para lidar com o luto pelo “não amor” é atendê-lo e compreender que isso dói porque alguém que queríamos que nos amasse não o faz.

Assim, para reverter a dor, o passo seguinte é dar uma solução a ela.

Qual é a solução adequada? Convencer a nós mesmos de que, se não obtivemos um afeto de maneira natural, dificilmente iremos consegui-lo de outras formas. Com isso, o correto para nós será nos afastarmos desta pessoa, pois somente assim teremos a garantia de que a dor será superável.

Para acabar com o sofrimento do “não amor” temos primeiro que entendê-lo e depois aceitá-lo, pois é uma consequência natural do luto pela perda daquilo que desejávamos ter e não temos.


Ame-se e valorize-se: alimente as suas relações com o amor próprio

Ainda que controlar cada história emocional seja algo complexo, todo sofrimento tem solução. A verdadeira mudança é possível quando trabalhamos aquilo que nos prende à situação dolorosa, e àquela pessoa a quem estamos mendigando atenção e amor.

Assim, deve ficar claro para nós que a primeira pessoa a quem devemos dedicar tempo somos nós mesmos. Depois estaremos em condições de avaliar com quem nos sentimos bem e com quem não.

Não mendigue a atenção de ninguém, e muito menos o amor, porque quem o ama, irá demonstrar isso de uma ou outra maneira, sem que existam interesses ou egoísmos.

Lembre-se de que uma situação de injustiça emocional requer um papel destacado do nosso amor próprio, o qual nos ajuda a examinar nossos desejos, valores e necessidades.

Não continue ligando para esta pessoa que não atende às suas chamadas. Deixe de buscar e comece a deixar que o encontrem. Deixe de sentir falta daqueles que somente estão presentes na sua vida de forma superficial, daqueles para os quais só importam as aparências, e que apenas fazem com que você se sinta bem quando há mais gente junto com vocês.

Não se esqueça de examinar as razões que fomentam o seu apego em relação a estas pessoas a quem você costuma “mendigar carinho e atenção”. Avalie a origem, seja consciente e inicie a sua transformação interna.

É necessário nutrir a sua autoestima e deixar de mendigar amor, pois o amor deve ser demonstrado e sentido, e nunca implorado. O seu carinho e a sua atenção são valiosos demais para serem desperdiçados com aqueles que não os merecem.

Dedique-se a quem o ama e o compreende, sem julgamentos nem condições.


fonte texto e fotos: melhor com saúde