terça-feira, 30 de agosto de 2016

O QUE EU ESPERO DA VIDA

Espero que meus domingos sejam ensolarados e que eu tenha humor para usufruí-los. Espero esquecer o trabalho e repousar meu corpo úmido na areia, enquanto o sol me presenteia com o seu espetáculo.

Mas que quando chova, eu continue sorrindo bonito. Espero a alegria nos dias nublados – eu espero, a cada dia, ser o meu próprio sol.

Espero continuar sendo poesia. E que a arte continue me dando um sopro de vida todo santo dia. E quando tudo não parecer fazer o menor sentido, que sempre haja uma música, ou filme, ou um poema que me traduza o mundo. Espero que a vida continue me fotografando.

Eu espero nunca perder essa sensibilidade que me devasta e me faz sentir tão viva como nunca. Espero continuar sentindo intensamente – como só os loucos se atrevem – e jamais desejar me anestesiar da vida com ansiolíticos ou escapismos baratos. Espero estar viva, louca, errante, livre. Espero que tudo me atinja, que tudo me afete, espero sentir o mundo com toda a vertigem que a própria vida sugere. Espero jamais estar indiferente.

Espero continuar amedrontando meus monstros. Que eles se acovardem todas as vezes em que me virem de pé.

Espero jamais pensar em resistir aos meus ímpetos, mesmo os mais insanos. Manter esse atrevimento que me põe de pé, em frente, ao infinito e além. Espero que a minha insanidade seja sempre o caminho para o meu equilíbrio – e que esse sentimento de inadequação continue me mostrando que eu não estou doente como boa parte deste mundo.

Espero continuar cativa de minhas vontades. Que eu jamais me perca desse desejo quase infantil de fazer exatamente o que me pede a minha alma. Espero continuar obediente somente à minha intuição.

Espero reconhecer os dias felizes e vivê-los como se jamais fosse amanhecer de novo. E viver qualquer coisa tão intensamente quanto a vida nos implora. E que eu simplesmente viva, inebriada pelas paixões, pelas melodias, pelos abraços, pelos amores… E que eu apenas sinta, mas esteja sempre louca demais para compreender – é que uma vida bem vivida transcende qualquer entendimento.

texto de: Nathalie Macedo - site CasalSemVergonha

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Posso não saber para onde irei, mas sei bem para onde nunca mais voltarei

Não volte aos mesmos erros, ao lar desfeito, aos descaminhos, às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, aos amigos hipócritas, ao emprego desumano. Não abra mão daquilo que você é, daquilo em que acredita, ou ninguém reconhecerá a grandeza que possui dentro de si.

O futuro pode ser planejado, desejado, repleto de metas a serem alcançadas e, ainda assim, sempre será incerto, improvável, impossível de ser previsto com exatidão. No entanto, desejar e lutar por um amanhã melhor e mais feliz nos faz bem, alimentando nossas forças em sempre querer continuar, inesgotavelmente, haja o que houver. Nessa jornada, devemos estar seguros quanto ao que idealizamos, bem como quanto ao ontem e aos lugares aos quais não poderemos mais voltar, para nossa própria sobrevivência. Há lugares para onde nunca mais devemos voltar. Jamais.

Não volte aos mesmos erros, aos conhecidos descaminhos, mas reaprenda com cada tombo, superando as próprias falhas e lidando saudavelmente com as limitações que todos temos. O ontem deve permanecer lá atrás, ancorado nosso aprendizado contínuo, de forma a redirecionarmos nossas energias em direção a acertos que nos tornarão cada vez mais humanos e mais felizes.

Não volte ao lar que já se desfez, ao colo que não acolhe

Ao vazio solitário de uma companhia dolorida. Devemos ter a coragem de colocar um ponto final em tudo aquilo que nos enfraqueceu e nos diminui, tolhendo-nos a tranquilidade de um respirar livre. O nosso caminho deve ser transparente e leve, sem pesos inúteis que atravancam o nosso ir em frente.

Não volte às promessas quebradas

Ao relacionamento fracassado, que em nada acrescentou na sua vida, ao incessante dar as mãos ao vazio, ao compartilhamento unilateral, ao doar-se sem volta. Todos merecemos nos lançar ao encontro de alguém verdadeiro e que seja repleto de reciprocidade enquanto se dividem os sonhos de vida. Todos temos a chance de encontrar uma pessoa que não retorne menos do que doamos, que não nos faça sentir a frieza da solidão acompanhada.

Não volte aos amigos hipócritas

Às pessoas que se baseiam em interesses escusos para permanecerem ao seu lado. Amizade deve ser soma, gargalhada, brilho nos olhos e ritmo no coração. Caso não nos faça a mínima falta, caso não nos procure sem razão, nenhum relacionamento pode ser tido como verdadeiro. É preciso poder contar com alguém que permaneça ao nosso lado, mesmo após conhecer nossas escuridões, pois é essa sinceridade que sustentará nossos ânimos nas noites frias de nossa alma.

Não volte ao emprego desumano

Que achata os sentidos, não reconhece seu valor, apenas criticando e pedindo sempre mais e mais, sem lhe dar nada em troca. Procure uma ocupação onde os minutos não pareçam uma eternidade, onde obtenha reconhecimento, onde possa atuar como personagem principal da própria vida. Não abra mão daquilo que você é, daquilo em que acredita, ou ninguém reconhecerá a grandeza que possui dentro de si.

Sim, não há como prever o futuro, tampouco controlá-lo. Cabe-nos cuidar do nosso aqui e agora com todo o cuidado que o hoje merece, para que diariamente preparemos, aos poucos, um caminho menos árduo, um amanhã que dê continuidade aos nossos esforços em sermos felizes.

Agirmos refletidamente, enfim, nos poupará de atravessar caminhos tortuosos e solitários, sob lamentações e arrependimentos. Porque, tendo plantado paixão verdadeira, tendo cultivado relacionamentos sinceros, colheremos, certamente, sorrisos e abraços de gente de verdade, gente com a intenção de ser feliz bem juntinho, sempre.

leia outros textos do
autor: Marcel Camargo
fonte: A Mente é Maravilhosa

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Não somos apenas frascos, somos conteúdo.

Já repararam que o amor normalmente não vêm no frasco que queremos? Ou que esperamos?

Quantas pessoas namoraram loiras de olhos claros e casaram com morenas ou vice versa? Porque o cara troca a morena linda pela tímida ruivinha? E aquela linda, que troca o saradão malhado pelo pequeno e tímido? Eu respondo, conteúdo. Não somos apenas frascos, somos conteúdo.

Quantos casais vocês conhecem que não se falavam, se odiavam, não se toleravam mesmo… antipatia pura. E que hoje, são casadinhos e andam de mãos dadas, se tratam por apelidos, erguem famílias lindas e felizes. Essas pessoas trocaram os frascos pelo conteúdo.

Quando somos jovens imaginamos a mulher (ou o homem) perfeito. Idealizamos uma alma gêmea perfeita. Que atenderá todos os nossos desejos e sonhos. Algumas pessoas realmente encontram os seus “pares” idealizados. só pra descobrir que não era aquilo tudo.

As mulheres sonham com o dia que cruzarão com o homem perfeito, aquele príncipe que as levarão para viver em seu castelo cor de rosa. Mas aí, tudo muda quando o homem conhece aquela mulher que é legal, que o compreende, cheirosa, com um sorriso lindo. E a mulher? Quem nunca esteve com aquele carinha que não aparentava muita coisa, “descombinante” mesmo, e se arrepiou toda com um simples toque na pele? O amor não reconhece frascos, o amor quer conteúdo. Aquela mulher com aquele sorriso de fazer o Sol sair por detrás das nuvens. Aquele cara que cuida, mima e dá colo. Que arrepia só no toque. Aquela mulher que não sai da sua cabeça. Aquele cara de quem você se lembra quando acorda de um sonho ruim. Aquela mulher que você quer ouvir. Aquele homem com que você quer falar.

Que se danem os príncipes e as princesas. Que venham as pessoas reais, aquelas que se doam. Que sofrem, que choram por um amor. Aquelas que abraçam travesseiros e suspiram. Que têm milhares de defeitos mas o que conta mesmo é “aquela” qualidade que te fez apaixonar. Achar essas pessoas não é tão difícil, a gente as reconhece logo de cara. O problema é que às vezes a gente pensa demais e complica as coisas.

Caio Fernando Abreu

fonte: pensador

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

uma fé que não tem solidariedade é uma fé morta

O papa Francisco criticou a “fé não solidária” e “mentirosa” de quem vai à missa, mas não sabe o que ocorre nas periferias, ao visitar aos moradores de Bañado Norte, um dos bairros mais pobres da capital do Paraguai.

Após caminhar pelas ruas desse subúrbio de Assunção, onde vivem 23 mil famílias, Francisco afirmou que “uma fé que não tem solidariedade é uma fé morta”.

É uma fé sem Cristo, uma fé sem Deus, uma fé sem irmãos. Uma fé mentirosa”, frisou.

Como exemplo, o papa afirmou que há quem vá à missa, mas quando é perguntado sobre o que acontece no Bañado, responde que não sabe. “Você pode ir à missa aos domingos, mas, se não tem coração solidário, se não sabe o que acontece em sua cidade, (a fé) ou está doente ou está morta”, acrescentou.

No último dia de sua viagem pela América Latina, Francisco se declarou muito “alegre” por ter a chance de visitar essa região, que chamou de “sua terra”, e contou aos moradores que, desde que soube que iria visitar a paróquia Sagrada Família, no Bañado Norte, lembrou da história de José, Maria e Jesus, que tiveram que deixar sua casa e se refugiar em outros lugares.

“Tiveram de deixar o que lhes pertencia e deslocar-se a outra terra; uma terra onde não conheciam ninguém, onde não tinham casa, nem família. Foi então que aquele jovem casal teve Jesus; em tal contexto, aquele jovem casal deu-nos de presente Jesus. Estavam sozinhos, numa terra estranha, os três. De repente, começaram a aparecer pastores; pessoas como eles, que tiveram de deixar o que possuíam a fim de obter melhores oportunidades familiares”, declarou.

“Acontece o mesmo, quando Jesus aparece na nossa vida. É isto que desperta a fé. A fé nos faz próximos, aproxima-nos da vida dos outros. A fé desperta o nosso compromisso com os outros, desperta a nossa solidariedade. Uma virtude humana e cristã que vocês têm e nós devemos aprender”, acrescentou.

“Eu venho como aqueles pastores de Belém. Quero fazer-me próximo. Quero abençoar a vossa fé, abençoar as vossas mãos, abençoar a vossa comunidade”, prosseguiu o papa em sua mensagem.

O Bañado Norte é um bairro que sofre, entre outros problemas,com as fortes chuvas que provocam o transbordamento do rio Paraguai e com “o abandono do Estado”, como denunciaram os moradores.

“O Estado não se ocupou de nós e não nos olha agora com bons olhos. Não nos veem como pessoas de direitos, mas para seus responsáveis somos, como nos costumam dizer, ‘um passivo social”, lamentou María García, coordenadora do bairro.

Francisco provou, em uma das vielas do bairro, um “mbeju” (tipo de torta de amido), mate e sopa paraguaia (bolo salgado de milho e queijo), um café da manhã típico paraguaio preparado por uma das moradoras.

Após a visita ao Bañado, Francisco foi à esplanada do parque Ñu Guazu, onde era esperado por centenas de milhares de pessoas para celebrar uma missa.

Fonte: por Tadeu Ribeiro - portaldotrono.com - 12/07/2015

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Como a classe média alta brasileira é escrava do “alto padrão” dos supérfluos

No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com alegria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 anos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um parente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu moramos, para uma espécie de ano sabático.

Aqui na capital catalã, os dois alugaram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Paulo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultural da cidade: shows, peças de teatro, cinema e ópera quase diariamente. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de filhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.

Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saíam para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), moravam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.

Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimentar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse caso, significou deixar de lado o altíssimo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média europeia não está acostumada com a moleza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo totalmente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessidade do dia a dia.

Traduzindo essa teoria na experiência vivida por meus pais, eles reaprenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a usar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.

Uma vez de volta ao Brasil, eles simplificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens supérfluos, reduziram assim os custos fixos e, mais leves,  tornaram-se mais portáteis (este ano, por exemplo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples).

Por que estou contando isso a vocês? Porque o resultado desse experimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teoria que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.

Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?). Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e administrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfadado, apenas para não perder as mordomias da vida.

Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de viagens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças também, é claro, à minha vida de freelancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, TV LED último modelo e o carro do ano (enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).

É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravidão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que viajam mais do que ninguém, são mestres na arte do savoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.

PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que precisam do emprego no Brasil –, a queima dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funciona para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acuse de tomar o comportamento de uma parcela da classe média alta paulistana como uma generalização sobre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem específico. Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levanto aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor. Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

entrevista com Adriana Setti - http://colunas.revistaepoca.globo.com/ - 30/10/2010 | 08:11 | MULHERES PELO MUNDO | ATUALIDADES, CULTURA | ADRIANA SETTI, CONSUMO, ESPANHA, MULHERES NO MUNDO

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A Razão e a Paixão

E a sacerdotisa adiantou-se novamente e disse: "Fala-nos da razão e da paixão". E ele respondeu, dizendo: Vossa alma é freqüentemente um campo de batalha onde vossa razão e vosso juízo combatem vossa paixão e vosso apetite. Pudesse eu ser o pacificador de vossa alma, transformando a discórdia e a rivalidade entre vossos elementos em união e harmonia. Mas como poderei fazê-lo, a menos que vós mesmos sejais também pacificadores, mais ainda, enamorados de todos os vossos elementos?

Vossa razão e vossa paixão são o leme e as velas de vossa alma navegante. Se vossas velas ou vosso leme se quebram, só podereis derivar ou permanecer imóveis no meio do mar. Pois a razão, reinando sozinha, restringe todo impulso; e a paixão, deixada a si, é um fogo que arde até sua própria destruição.

Que vossa alma eleve, portanto, vossa razão à altura de vossa paixão, para que ela possa cantar, E que dirija vossa paixão a par com vossa razão, para que ela possa viver numa ressurreição cotidiana e, como a fênix, renascer das próprias cinzas.

Gostaria que tratásseis vosso juízo e vosso apetite como trataríeis dois hóspedes amados em vossa casa. Certamente não honraríeis um hóspede mais do que o outro; pois quem procura tratar melhor um dos dois, perde o amor e a confiança de ambos.

Entre as colinas, quando vos sentardes à sombra fresca dos álamos brancos, compartilhando a paz e a serenidade dos campos e dos prados distantes, então que vosso coração diga em silêncio: "Deus repousa na razão". E quando bramir a tempestade, e o vento poderoso sacudir a floresta, e o trovão e o relâmpago proclamarem a majestade do céu, então que vosso coração diga com temor e respeito: "Deus age na paixão". E já que sois um sopro na esfera de Deus e uma folha na floresta de Deus, vós também devereis descansar na razão e agir na paixão.

Khalil Gibran - fonte: o pensador

Quem quer aprender a fazer amor

Quem quer aprender a fazer amor precisa se esquecer um pouco de sexo. Precisa se esquecer até mesmo do outro. Deve estar em si, antes de tudo.

E entender-se com suas raízes selvagens. E deve saber, antes, que o amor rege o mundo. Mesmo quando se esquecem dele.

Quem quer aprender a fazer amor deve ser capaz de olhar nos olhos. E no olhar expressar, receber, trocar. Até tocar.

Precisa perceber o quanto as almas podem comungar, ainda que os corpos não se conheçam.

Deve, ao lado do seu bem – sim, pra fazer amor tem que querer bem –, abrir espaço para que uma canção de derramada beleza os transporte para reinos de ternura.

Precisa conhecer o próprio corpo e ter a bondade de lhe conceder prazer. Precisa investigar o prazer do outro e saber que tudo está muito bem se tiver prazer em lhe provocar prazer.

Quem quer aprender a fazer amor também deve ser capaz de se aninhar no corpo do seu par e ficar quietinho. E deve ser livre o suficiente para poder chorar de amor.

Nunca pode se considerar mestre. Porque os verdadeiros mestres sabem que são aprendizes sempre.

Quem quer aprender a fazer amor tem que ser criança no coração e amar a brincadeira. E tem quer ter tempo, muito tempo, para fazer amor.

Porque a cama a gente prepara muito antes de deitar.

fonte: Onides Bonaccorsi Queiroz

O Engano da Bondade

Endureçamos a bondade, amigos. Ela também é bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os bichos: também é bondosa a chama nas selvas incendiadas para que os arados bondosos fendam a terra.

Endureçamos a nossa bondade, amigos. Já não há pusilânime de olhos aguados e palavras brandas, já não há cretino de intenção subterrânea e gesto condescendente que não leve a bondade, por vós outorgada, como uma porta fechada a toda a penetração do nosso exame. Reparai que necessitamos que se chamem bons aos de coração recto, e aos não flexíveis e submissos.

Reparai que a palavra se vai tornando acolhedora das mais vis cumplicidades, e confessai que a bondade das vossas palavras foi sempre - ou quase sempre - mentirosa. Alguma vez temos de deixar de mentir, porque, no fim de contas, só de nós dependemos, e mortificamo-nos constantemente a sós com a nossa falsidade, vivendo assim encerrados em nós próprios entre as paredes da nossa estuta estupidez.

Os bons serão os que mais depressa se libertarem desta mentira pavorosa e souberem dizer a sua bondade endurecida contra todo aquele que a merecer. Bondade que se move, não com alguém, mas contra alguém. Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida.

E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reivindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra.

Pablo Neruda, in "Nasci para Nascer"

fonte: Citador

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Porque sensitivos sentem-se drenados perto de pessoas falsas

Os seres humanos com sensibilidade emocional aumentada foram oficialmente identificados em 1991 pela psicóloga Dra. Elaine Aron. Ela descobriu que 15-20% da nossa população poderia ser classificada como sensitiva. Ela chegou a propor que os seus cérebros processam informações sensoriais e regulam as emoções de forma diferente.

Empatas são muito mais sensíveis a emoções e comportamentos. Eles são ouvintes natos, genuínos, e muitas vezes muito generosos. Mas como são tão finamente ajustados ao meio ambiente, muitas vezes podem detectar pessoas e comportamentos falsos. Eles prosperam em relacionamentos profundos e honestos e literalmente não conseguem lidar com pessoas pretensiosas.

Porque empatas são drenados por pessoas falsas?

Se você é um empata e interage com alguém hipócrita, consegue ver através desses fragmentos. Você não consegue simplesmente ignorar este fato – pois ele realmente desencadeia um estado de desconforto. Os sintomas são tanto mentais quanto físicos, tais como cansaço, frustração, mãos úmidas, ou aumento da batida de coração.

Mas não é a aversão à pessoas falsas que te machuca, é entender que essas pessoas são uma cortina de fumaça para esconderem a sua própria dor. No entanto, manter-se perto delas não é algo que te deixa confortável.

Comportamentos e situações que são um problema para sensitivos

Exemplos comuns de comportamentos que acionam o alarme de um empata:

  • Fazer elogios falsos apenas para receber aceitação;
  • Embelezar histórias ou verdades para ganhar a aprovação dos outros;
  • Agir de forma dura para mascarar os verdadeiros sentimentos de vulnerabilidade;
  • Aconselhar inveja ou ressentimento com falsas delicadezas;
  • Comprometer-se facilmente em ganhar a aceitação dos outros;
  • Renunciar a sua personalidade natural para tentar agir de outra maneira.

Respostas e reações comuns de sensitivos

Suas reações instintivas podem incluir:

  • Evitar a pessoa por completo devido às más vibrações que você sente quando está ao seu redor;
  • Sentimentos de medo e mal-estar que só param quando você se distancia da fonte;
  • Dificuldade para formar frases, responder perguntas sobre si mesmo;
  • Experimentar sentimentos de culpa por não querer estar perto da pessoa;
  • Sentir-se fisicamente enjoado depois de longas interações com pessoas falsas;
  • Falta de vontade de falar ou contribuir para a conversa ir mais longe;
  • Querer simplesmente largar tudo e deixar a situação o mais rapidamente possível.

As melhores maneiras de lidar com pessoas falsas, sendo um empata


É um fato inevitável da vida ter que lidar com pessoas falsas de vez em quando. Como um empata, simplesmente fugir destas situações não é uma opção. Em vez disso, você deve usar estes 3 princípios-chave para manter a compostura e evitar reações negativas quando se lida com pessoas falsas.

1. Seja sempre sincero

Muitas vezes nos encontramos em uma situação de conflito: como uma pessoa sensível, como podemos falar se sabemos que podemos ferir os outros? Bom, para começar, dizer “não” a um pedido não te torna uma pessoa ruim.

Se é bom para você, é bom para os outros, e vice-versa. Nunca tenha medo de ser sincero e dizer “não” quando necessário. Os outros devem controlar suas próprias emoções, não importa a sua resposta, por isso não é sua culpa se ficarem chateados.

2. Lembre-se de seguir o seu próprio caminho

Outro erro comum é se deixar levar com a tentativa de ajudar a o máximo de pessoas possível. Embora seja ótimo ajudar os outros, você deve definir um limite para buscar seus próprios sonhos e esperanças. Caso contrário, você vai ficar vazio, e será incapaz de continuar a ajudar os outros.

Em vez disso, você precisa ser ousado e seguir seu coração. Não deixe que os outros fiquem em seu caminho e lembre-se de que você não pode salvar o mundo inteiro. Não negligencie o desenvolvimento pessoal e a importância de seguir o seu próprio caminho.

3. Compreenda que você não pode agradar a todos

Querer agradar os outros pode parecer inocente, mas pode ser altamente prejudicial para si mesmo. Se você está sempre indo contra si mesmo para agradar aos outros, suas próprias necessidades são colocadas em espera. Eventualmente, você ficará drenado, exausto e será incapaz de agradar a alguém.

Você se beneficia quanto aumenta a sua autoestima, então lembre-se: suas necessidades devem estar satisfeitas antes que você possa atender a outros adequadamente.


Fonte: Tradução de Luiza Fletcher de O Segredo, de Life Hack

A VIDA É UMA DANÇA


Quando uma porta se fecha, outra se abre; quando um caminho termina, outro começa... nada é estático no Universo, tudo se move sem parar e tudo se transforma sempre para melhor.

Habitue-se a pensar desta forma: tudo que chega é bom, tudo que parte também. É a dança da vida... dance-a da forma como ela se apresentar, sem apego ou resistência.

Não se apavore com as doenças... elas são despertadores, têm a missão de nos acordar. De outra forma permaneceríamos distraídos com as seduções do mundo material, esquecidos do que viemos fazer neste planeta. O Universo nos mandou aqui para coisas mais importantes do que comer, dormir, pagar contas....

Viemos para realizar o Divino em nós. Toda inércia é um desserviço à obra Divina. Há um mundo a ser transformado, seu papel é contribuir para deixa-lo melhor do que você o encontrou. Recursos para isso você tem, só falta a vontade de servir a Deus servindo aos homens.

Não diga que as pessoas são difíceis e que convivência entre seres humanos é impossível. Todos estão se esforçando para cumprir bem a missão que lhes foi confiada. Se você já anda mais firme, tenha paciência com os seus companheiros de jornada. Embora os caminhos sejam diferentes estamos todos seguindo na mesma direção, em busca da mesma luz.

E sempre que a impaciência ameaçar a sua boa vontade com o caminhar de um semelhante, faça o exercício da compaixão. Ele vai ajudá-lo a perceber que na verdade ninguém está atrapalhando o seu caminho nem querendo lhe fazer nenhum mal, está apenas tentando ser feliz, assim como você.

Quando nos colocamos no lugar do outro, algo muito mágico acontece dentro de nós: o coração se abre, a generosidade se instala dentro dele e nasce a partir daí uma enorme compreensão acerca do propósito maior da existência, que é a prática do AMOR. Quando olhamos uma pessoa com os olhos do coração, percebemos o parentesco de nossas almas.

Somos uma só energia, juntos formamos um imenso tecido de luz. Não existem as distâncias físicas. A Física Quântica já provou que é tudo uma ilusão. Estamos interligados por fios invisíveis que nos conectam ao Criador da Vida. A minha tristeza contamina o bem-estar do meu vizinho, assim como a minha alegria entusiasma alguém do outro lado do mundo. É impossível ferir alguém sem ser ferido também, lembre-se disso.

O exercício diário da compaixão faz de nós seres humanos de primeira classe.

André Luiz, psicografado por Chico Xavier,

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Eu nunca quis um marido, eu sempre quis um companheiro

Eu nunca fiz questão de festa de casamento, de vestido de noiva e de um anel caríssimo de brilhantes. Não é isso que faz a minha cabeça. Eu não preciso de um papel assinado para provar que sou sua mulher, faz-me sentir que sou a tua mulher, faz-me tua! E eu serei, sempre.

Tu podes colocar uma aliança de bambu no meu dedo, desde que seja com VERDADE, que ela não seja somente para mostrar o nosso compromisso ao mundo, que eu ficarei feliz se ela não tiver ouro mas tiver AMOR. E se tu a usares com felicidade e não por mera formalidade.

Eu tampouco quero exigir-te fidelidade pois creio que fidelidade e amor ninguém obriga nem agradece; Quando existe um destes sentimentos muito forte, o outro complementa espontaneamente, sem obrigações, sem cobranças. A lealdade é fruto desta união e é isso que me interessa.

Eu dispenso a festa, se for para mostrar aos nossos amigos como estou feliz, quem me conhece não precisa disso e quem não me conhece não me importa… os meus amigos sabem que eu encontrei o amor, só pelo brilho nos meus olhos; Nunca quis um marido para a cerimônia, sempre quis um companheiro que fizesse da nossa rotina uma grande alegria e da nossa cama uma festa. Não me dês presentes caros, dá-me sorrisos!

Eu nunca quis um MARIDO para me acompanhar nos rituais natalícios e reuniões de família, sem a menor vontade, só porque PRECISA estar ali; Eu sempre quis um parceiro, que mesmo no final do campeonato de futebol, com a sua equipa em campo me dissesse “Vamos! Eu assisto ao jogo com os teus primos – adversários!”. Percebes a diferença? Parceria pode ser absolutamente oposta ao casamento, mesmo que não devesse nunca ser assim. Eu nunca quis passar o ano todo planeando um roteiro para os 7 dias corridos de férias no final do ano, porque eu não preciso passar o ano novo em Cancun, eu sempre quis um companheiro que me fosse pegar mais cedo no trabalho numa quinta-feira e que subíssemos a serra para passarmos 24 horas juntos…

Eu nunca quis um MARIDO que levasse a minha família para jantar no meu aniversário e me desse uma bolsa qualquer de presente, porque isso é o correto a se fazer; Eu quero um companheiro que me deixe um bombom debaixo do travesseiro para quando eu chegar… que ligue para a minha família e diga “Venham aqui para casa!”, que não me faça declarações com um helicóptero mas que me diga, todos os dias, baixinho ao pé do ouvido, o quanto eu sou importante.

Eu não quero um marido para posar comigo nas fotos, para me levar nos eventos da firma; Eu quero um companheiro para produzirmos boas lembranças, para ser, um dia, aquela foto que dá saudade, de um momento rotineiro na varanda… um companheiro para depois do evento da firma perguntar “E agora, vamos esticar-nos aonde?”.

Eu não quero um marido que só fique à minha espera na sala do pronto socorro, eu sempre quis um companheiro que me fizesse um chá quando eu estivesse com gripe. Isso é cuidado, zelo, e casamento, infelizmente, às vezes é outra coisa. Portanto, não te cases comigo apenas, mais do que isso: VIVE ao meu lado.

Eu não quero um marido para cumprir os protocolos; Eu quero um companheiro, para quebrarmos todos eles!

Eu não quero um marido para envelhecer comigo; Eu quero um COMPANHEIRO que me ajude a manter o meu espírito sempre jovem. Um companheiro que envelheça junto comigo e que ria dos meus cabelos brancos…

Eu nunca quis um marido para ter que fazer sexo 3 vezes por semana, eu sempre quis um companheiro que me levasse para a cama quando eu adormecesse no sofá.

Eu nunca quis um marido só para brindar; Eu sempre quis um companheiro para abrir uma garrafa quando o dia tiver sido péssimo.

Eu nunca quis um marido para procriar. Para revezar as trocas de fraldas noturnas. Eu sempre quis um companheiro que entendesse o meu cansaço e que me oferecesse o ombro para descansar.

Não precisas fazer massagens tântricas nos meus pés, apenas deixa-me esticar as pernas por cima das tuas…

Eu nunca quis um MA-RI-DO para pagar todas as minhas contas. Eu sempre quis um companheiro para crescermos juntos. Nunca quis um marido que me levasse para conhecer o mundo, apenas quis um companheiro para conquistarmos o mundo, para construirmos um mundo nosso. Para nos bastarmos num dia chuvoso. Para sermos felizes a comer macarrão com ovo! Para rirmos quando o dinheiro apertar… e para querer dividir não só o carro e a conta bancária, mas a alma, a vida e os medos quando a noite chegar; Os abraços, o céu, as estrelas, no nosso espaço e por todas as galáxias… que me deixe ser o astro no seu sistema solar!

Mas não precisa ser eterno. Eu só quero que seja verdadeiro enquanto durar. E que esse durar, seja leve, enquanto eu respirar.

Fonte: CONTEOUTRA, apud BRUNA STAMATO