terça-feira, 30 de agosto de 2016

O QUE EU ESPERO DA VIDA

Espero que meus domingos sejam ensolarados e que eu tenha humor para usufruí-los. Espero esquecer o trabalho e repousar meu corpo úmido na areia, enquanto o sol me presenteia com o seu espetáculo.

Mas que quando chova, eu continue sorrindo bonito. Espero a alegria nos dias nublados – eu espero, a cada dia, ser o meu próprio sol.

Espero continuar sendo poesia. E que a arte continue me dando um sopro de vida todo santo dia. E quando tudo não parecer fazer o menor sentido, que sempre haja uma música, ou filme, ou um poema que me traduza o mundo. Espero que a vida continue me fotografando.

Eu espero nunca perder essa sensibilidade que me devasta e me faz sentir tão viva como nunca. Espero continuar sentindo intensamente – como só os loucos se atrevem – e jamais desejar me anestesiar da vida com ansiolíticos ou escapismos baratos. Espero estar viva, louca, errante, livre. Espero que tudo me atinja, que tudo me afete, espero sentir o mundo com toda a vertigem que a própria vida sugere. Espero jamais estar indiferente.

Espero continuar amedrontando meus monstros. Que eles se acovardem todas as vezes em que me virem de pé.

Espero jamais pensar em resistir aos meus ímpetos, mesmo os mais insanos. Manter esse atrevimento que me põe de pé, em frente, ao infinito e além. Espero que a minha insanidade seja sempre o caminho para o meu equilíbrio – e que esse sentimento de inadequação continue me mostrando que eu não estou doente como boa parte deste mundo.

Espero continuar cativa de minhas vontades. Que eu jamais me perca desse desejo quase infantil de fazer exatamente o que me pede a minha alma. Espero continuar obediente somente à minha intuição.

Espero reconhecer os dias felizes e vivê-los como se jamais fosse amanhecer de novo. E viver qualquer coisa tão intensamente quanto a vida nos implora. E que eu simplesmente viva, inebriada pelas paixões, pelas melodias, pelos abraços, pelos amores… E que eu apenas sinta, mas esteja sempre louca demais para compreender – é que uma vida bem vivida transcende qualquer entendimento.

texto de: Nathalie Macedo - site CasalSemVergonha

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